quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

HUMANIDADE DE JESUS COMO MODELO PARA LIDERANÇA CRISTÃ

INTRODUÇÃO

A humanidade de Cristo demonstra a melhor maneira de liderar, e é isso que será sugerido nesse trabalho onde será analisado em três aspectos começando pelas características de Sua humanidade, depois Jesus modelo de líder e aplicação para os lideres cristãos de hoje.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória como do unigênito do Pai” (João 1:14), nesse versículo bíblico que foi escrito por João, observa-se que o Verbo é Jesus, Ele deixou sua glória totalmente divina e encarnou tornando-se humano e por sua vez gozou de uma humanidade transformada e também transformadora de vidas, que teve como conseqüência a atração de toda a humanidade da terra por causa da Sua perfeição e impecabilidade e isso aplica-se até aos dias de hoje mesmo com a pluralidade religiosa, Jesus ainda é e acredita-se que sempre será um exemplo de líder humano.
A pesquisa bibliográfica ateve-se ao conhecimento de filósofos, educadores, psicólogos e teólogos para melhor responder a pergunta: Jesus foi realmente humano? Qual é a nossa realidade como líderes nos dias de hoje? O que podemos aprender com a vida de Jesus Cristo na área de liderança cristã? Todas essas perguntas terão sugestões de respostas ao longo desse trabalho o qual foi feito com amor e dedicação a pesquisa.




1. A humanidade de Cristo.

1.1 A humanidade de Cristo verificada nas Escrituras
Falar sobre a humanidade de Jesus como modelo para a liderança Cristã é de fato uma responsabilidade e necessita conhecer intimamente o mestre Jesus e estar fazendo parte da liderança cristã observando o seu papel como líder.
A Teologia, porém, não tem fins especulativos, mas é a revelação de Deus nas Escrituras, segundo Paulo em 2 Tm. 3:16 e 17:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

As Escrituras existem para serem verificadas e analisadas e o Apóstolo Paulo confirma a pessoa de Jesus e a inspiração de Deus nela.
Este é um tema que envolve a uma tomada de posição, pois à busca da maior e mais sublime posição que alguém possa almejar nesta vida é ser semelhante a Jesus e levar outros a seguir o Seu exemplo. Isso só é possível se o ser humano permitir que o Senhor sonde o coração e revele aquilo que precisa ser mudado. A partir daí, Jesus opera na transformação do caráter cristão do líder para que tenha uma liderança com excelência. A única atitude será reconhecer erros pessoais e deixar que o próprio Deus conduza a uma vida de integridade. E isto é aplicável não somente a quem se encontra em posição de liderança, mas a qualquer cristão que deseja viver retamente, na dependência do Senhor.
O credo cristão formula a natureza de Jesus como sendo plenamente Deus e plenamente Homem. Ou seja, o Deus encarnado assumiu completamente a humanidade, tornando-se passível das mesmas limitações físicas e psicológicas comuns a todos os homens. Uma vez que a humanidade estava separada de Deus pelo pecado, foi necessário que o próprio Deus encarnasse para que o homem pudesse voltar a ter novamente comunhão com Ele. Dessa forma, a genuinidade da divindade de Cristo garante a eficácia de sua obra realizada na cruz, e a realidade de sua humanidade garante que sua morte é aplicável a todos os seres humanos.
Jesus foi, é e sempre será uma marca no mundo, de uma pessoa que soube e ainda sabe envolver as pessoas, demonstrando uma lição, ensinando e personificando a liderança como serviço. Jesus era um líder-Servo, pois ele serviu à sua missão que era fazer a vontade do Pai, e guiou, servindo aos que ele recrutou para cumprir essa missão. Ele é o próprio Deus que desceu do céu, o qual veio nos mostrar o verdadeiro sentido de ser humano.
1.2 Características humanas de Jesus
Em João 1:14 diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória como do unigênito do Pai”. Jesus é revelado como o Deus que se fez carne e que estava em nosso meio, ele pode ser visto, tocado e ouvido. O fato é que o Filho de Deus se fez humano, se fez carne e habitou entre nós, se tabernaculou com toda a humanidade, através das cidades, em casas, e no sofrimento humano.
Mais de oitenta vezes Jesus é mencionado como “Filho do Homem” como indicação de Sua humanidade, onde todos os ditos sobre o Filho do Homem (Jesus) se distinguem por três características:
1. Eles aparecem na boca de Jesus – com poucas exceções: de um lado em duas visões do Filho do Homem no céu (At.7,56; At. 1,13)...
2.Eles se limitam aos evangelhos, em que figuram em todas as camadas nos sinóticos e em João, e uma vez até mesmo no Evangelho de Tomé (86 = Mt. 8:20),...3. Conceito “filho do homem” não é explicado e não suscita controvérsias. Apenas em Jo 12,34 os ouvintes perguntam a Jesus: ”Quem é esse Filho do Homem? [1]

Para Cullmann, “Ebed Iahweh (Filho do Homem), é uma forma de explicar a obra de Jesus encarnado e, sobretudo, o ato central da salvação: sua morte”[2].
Ele nasceu de uma virgem chamada Maria a qual era aldeã, casada com um carpinteiro (Mt. 1:1-18. Lc. 1:26, 2:7). Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua concepção no ventre de Maria foi de origem divina, sem a participação do componente sexual masculino (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38). Teologicamente é chamado de concepção virginal. Maria era virgem na época da concepção e assim continuou até o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam muito claro que José não teve qualquer relação sexual com Maria antes do nascimento de Jesus (Mt 1:25). Jesus escolheu ser carpinteiro depois dos 12 anos, então passou 18 anos na carpintaria, submisso a seus pais. Supõe-se que nesse tempo morreu José, Jesus assume a oficina sustentando os irmãos e Ele foi sepultado em um tumulo emprestado. Jesus viveu uma vida libertada da idolatria dos bens materiais.
Jesus não procedia humanamente de uma classe abastada, basta ver a oferta de seus pais, no dia de sua apresentação, no Templo a qual foi um par de rolas ou pombinhos (Lc. 2:22-24), mas como Deus ele se despiu de Sua Glória e pode entender as necessidades dos menos favorecidos humanamente. Jesus iniciou em Israel uma transformação de visão da realidade contextual, da sua época, e continua, pela Sua Palavra mudando vidas, e homens que crêem em seu nome.
A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou possível a geração de Jesus no ventre de Maria. Isso não significa que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com Maria. O que Deus fez foi providenciar, por uma criação especial, tanto o componente humano ordinariamente suprido pelo macho (e assim o nascimento ser virginal) como um fator divino (e assim a encarnação).
Jesus possuía corpo, alma e espírito assim como todo ser humano e por isso Ele foi instigado a pecar assim como qualquer ser humano, mas a Bíblia mostra que Ele não pecou em nenhum momento de sua vida “... antes foi ele (Jesus) tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hb 4:15).
Em relação à impecabilidade de Jesus prova-se que a singularidade d’Ele como homem é o fato de não ter pecado: A Bíblia mostra Jesus como um sumo sacerdote totalmente sem mancha e feito mais alto que os céus (Hb 7:26; 9:14). Pedro ensina que Ele é o Santo de Deus (Jo 6:69) e que não cometeu pecado. O que está de acordo com as afirmações de João, que em Jesus não existe pecado (I Jo 3:5), e as de Paulo que Cristo não conheceu pecado (II Co 5:21). Mesmo as acusações de blasfêmia feitas a Jesus pelos judeus são infundadas (Lc 5:21), uma vez que Ele sendo Deus tinha pleno poder para perdoar os pecados. E mesmo algumas pessoas da época deixaram bem claro a inocência de Jesus: A esposa de Pilatos (Mt 27:19): "Não te envolvas com o sangue deste justo". O ladrão na cruz (Lc 23:41): "este nenhum mal fez". Judas, o traidor (Mt 27:4): "Pequei, traindo sangue inocente".
A Bíblia deixa claro, portanto a impecabilidade de Jesus, mas isso não invalida as tentações que sofreu como algo de somenos. Foram as tentações genuínas, e embora Jesus pudesse pecar, era certo que não pecaria. Entretanto alguém poderia levantar a questão: uma pessoa que não pode cair ao ser tentado, de fato experimentou a tentação? Um famoso comentarista bíblico, Leon Morris, argumenta que uma pessoa que resiste até o fim conhece todo o poder da tentação. E confere com o que diz em Hebreus 12:3,4 que fala sobre a tentação[3]. Dessa forma a impecabilidade aponta para uma tentação muito mais intensa que estamos geralmente acostumados a pensar e sentir. Diz Morris que "O homem que cede a certa tentação não sente todo o seu poder".
Uma outra pergunta que fica no ar é: se Jesus não pecou, Ele era realmente humano? Se fosse respondido não estaria incorrendo em gravíssima heresia, pois seria dizer em outras palavras que Deus criou o homem naturalmente pecador e, portanto Ele é a causa do pecado e o criador de uma natureza má e corrompida. O Senhor é puro de olhos, Ele sequer pode contemplar o pecado (Hc 1:13), quanto mais ser a causa intencional de seres corrompidos pelo mesmo pecado. A resposta só não é este como a pergunta está formulada de maneira errada, pois está de certa forma perguntando se Jesus é tão humano quanto nós. O correto é perguntar: A humanidade é tão humana quanto Jesus? Esta pergunta remete a verdade que as pessoas não tem a humanidade em toda a sua plenitude. Os seres humanos não são genuinamente puros, assim como Jesus o foi. Do ponto de vista bíblico só houve três seres humanos completamente humanos: Adão e Eva (antes da Queda), e Jesus. Todo o restante da humanidade é apenas uma sombra da humanidade original. A humanidade é totalmente assediada pelo pecado e é versão inferior da versão adâmica original. Dessa maneira Jesus não só é humano como nós, como também é mais humano. É sua humanidade que deve ser padrão a sociedade e não o inverso.
Identificam-se algumas características importantes com relação a Sua humanidade: A primeira característica é em Seu nascimento (Lc 2: 6,7): Jesus não desceu dos céus, e sim nasceu de uma mulher humana, passando por todas as fases que uma criança normal passaria. A segunda característica é em relação a Sua árvore genealógica (Lc 3:23-38; Mt 1:1-17): a Bíblia deixa evidente portanto que Jesus teve, por parte de Maria, ancestrais humanos, dos quais provavelmente herdou características genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados. Em terceiro, Seu crescimento (Lc 2:52): cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por comida e água. Seu corpo não era sobre-humano, e não tinha características especiais, diferentes de qualquer ser humano normal. A quarta é que Jesus era condicionado ao tempo e ao espaço: em tudo idênticas aos de um ser humano. Sentia fome (Mt 4:2; Mc 11:12). Sentia sede (Jo 19:28) Ficava cansado (Jo 4:6). Sofria a dor (Jo 18:22; 19: 2,3) . Sua percepção pelos homens (I Jo 1:1; Mt 9:20-22; 26:12; Jo 20: 25,27): Jesus de fato foi visto e tocado pelos homens à sua volta. Não era um espírito com a forma humana, nem um fantasma, mas um homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-lo. Mesmo o testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma humana (I Jo 4: 2,3a).
Era limitado em seus conhecimentos (Mc.11:13 e 13:32) e era carente do encorajamento divino para suportar sua humanidade (Mc. 1:35 e João 6:15).Ele tinha equilíbrio humano com relação ao bom senso que a admiração de um empreendimento (Lc.12:16-21),ao fracasso de um projeto (Lc.14:28-30),ao enfrentamento de uma guerra (Lc.15:28),á segurança de uma residência (Mt.24:43),á filosofia humana (Mc.7:18-22) e á bondade de Deus para com Sua criação (Mt.5:45).
Quando Jesus começou seu ministério, todos o identificaram como alguém de seu meio: Como o Filho do carpinteiro, irmão de Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13.55); Carpinteiro, filho de Maria (Mc 6.3); Filho de José (Lc 4.22). Quando se observa os relatos bíblicos da vida de Jesus, fica exclarecido de que Sua vida entre os doze discípulos, era de responsabilidade e bom caráter para com as pessoas.
O epíteto “Jesus de Nazaré” ou “Jesus Nazareno” era um identificador de uma de suas principais características. Os apelidos, que funcionavam como sobrenome, geralmente eram dados de acordo com um fator importante que o distinguia de outra pessoa com o mesmo nome. Esse acréscimo ao nome, poderia ser a filiação, como, por exemplo, “Simão Barjonas”, isto é, filho de Jonas (Mt 16.17). Poderia ser de função como João, o Batista (Mt 3.1) ou Simão, o curtidor (At 10.6). Poderia ser de qualidade, como “Boanerges”, que significa “Filhos do Trovão”, como no caso de Tiago e João (Mc 3.17). Ou ainda poderia ser de lugares, como José de Arimatéia (Jo. 19.38).
No caso de Jesus, todos o identificavam como sendo de Nazaré, pequena cidade da Galiléia. Em nenhuma parte dos evangelhos há qualquer menção, por menor que seja que relacione Jesus a outra localidade geográfica. Se ele tivesse passado esses dezoito anos em outro lugar, não o teriam identificado com sendo de Nazaré, mas, sim, de outro lugar. E em Lucas 4.16 diz que ele foi criado em Nazaré. Segue-se os versículos elencados para comprovação:
a) Jesus ensinava a ressurreição, não à reencarnação (Mt 22.29-32; Lc 16.19-31);
b) Jesus dizia que os seres humanos valem mais do que os animais (Mt 6.26);
c) Jesus cria em um único Deus (Mc 12.29-30);
d) Jesus comia carne de animais (Lc 24.40-44);
e) Jesus colocava os judeus como o principal povo (Jo 4.22).
Jesus, ao subir ao céu, não perdeu a sua natureza humana, Ele continua sendo homem. Assim como ao descer a terra e se encarnar Ele não perdeu a sua natureza divina, ao subir aos céus Ele não perdeu a sua natureza humana.
Sua morte (Lc 23:46; Jo 19:33,34): Jesus Podia morrer, como de fato morreu. Sua morte não foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou a semelhança de todos os homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a humanidade, pois sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade, torna-se sujeito a possibilidade da morte. Heidegger em seu livro Ser e Tempo da Editora Vozes nas páginas 34-37 descreve sobre o ser humano como um ser para a morte.
1.3 A afetividade de Jesus

Ele tinha sentimentos e emoções humanas (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34) ainda que sentir emoções não seja uma prova da humanidade de Jesus, uma vez que Deus também se emociona. As emoções demonstram a plena humanidade de Cristo, como também deixam claro algumas reações tipicamente humanas; afeição, que vemos em Mc. 10:13-16 onde Jesus abençoa as crianças ,admiração pela incredulidade do povo (Mc. 6:6), alegria pela revelação de Deus aos sábios (Mt.11:25-26, Jo 15:11; 17:13; Hb12:2), tristeza (Mt.26:38), impressionamento com o Jovem rico (Mc.10:21-24),angústia (Jo.12:27),depressão com angústia no Getsêmani (Mt.26:38),medo onde Jesus passou secretamente pela Galiléia (Mc. 9:30) , Ele se ira com relação as cidades (Mt. 11:20-21, Mt 21: 12,13), sentia indignação (Mc 3:5; 10:14), se surpreende (Lc 7:9; Mc 6:6): Jesus se mostra genuinamente surpreso perante a fé do centurião e se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré.
Não era uma atitude falsa ou de retórica, Jesus realmente era surpreendido em algumas circunstâncias. Se sente atormentado (Mc 14:33): no Getsêmani, Jesus foi tomado de grande angústia e pavor. Estava em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não querer ser deixado só, contudo ainda assim escolhe fazer a vontade do Pai. Mesmo na cruz, sua frase "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" e Mc 15:34 é uma das expressões mais humanas de solidão já registradas na história dos homens.
Se humilhou, “Humano assim só poderia ser Deus mesmo” (Leonardo Boff, Jesus Cristo Libertador). Era o único que poderia ser orgulhoso, mas chegou a uma condição humildade total. Não se pode confundir humildade com fraqueza, nem covardia, mas autenticidade, ser o que se é. Quando teve que defender os outros, foi corajoso e tomava posição. Quando teve que defender a si mesmo, não abriu a sua boca.
O profeta Isaías, expressou essa realidade, profetizou: "homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is. 53.3).
No livro de João capítulo 11, Jesus revela seus sentimentos através do episódio da morte de Lázaro; Ele sabe que Lázaro morreu vs. 14, sem que ninguém viesse comunicar-lhe a morte; Ele afirma que Lázaro vai ressuscitar vs.. 23; Ele ressuscita a Lázaro. Por outro lado, o texto diz que Ele se comove vs.. 33; chora vs. 35; novamente fica comovido; vs. 38
1.4 Dons intelectuais de Jesus

Jesus deixou a sua marca em toda a história e em tão pouco tempo de vida humana, o qual difere de Buda, teve quarenta e cinco anos e Maomé, teve vinte e dois anos enquanto que Jesus trabalhou pouco mais de três anos, morrendo logo depois de completar trinta anos (Lc.3:23)[4].


Jesus influenciou de tal maneira que se propagou até os dias de hoje e cada vez mais cresce o número de seguidores, nenhum outro homem pode ser colocado na mesma categoria com Ele.
O menino Jesus aos doze anos de idade já demonstrava sua intelectualidade (Lc. 2:39-52). No entanto os mestres do templo ficaram admirados com a compreensão demonstrada pelas perguntas desse Menino de doze anos.
Jesus viveu em uma época quando as sutilezas da lei eram discutidas de maneira infindável nas escolas. Os seus oponentes tinham certeza de obter sucesso, quando Lhe propunham tais questões. Vieram para Ele com a velha disputa a respeito das características dos maiores e menores mandamentos (Mt.22:36). Jesus sabiamente apontou para o maior definindo o que a própria lei determinava (Dt. 6:6-9) e como segundo “amarás ao próximo como á ti mesmo” (Mt. 22:39-40).
Jesus foi confrontado em diversas passagens da Bíblia: Em João 8:5, sobre a mulher pega em adultério; em Mt. 5:32 a cerca do divórcio. Mas nenhuns de seus opositores conseguiram surpreender Jesus, assim mostra em Mt. 22:15 “Então, retirando-se os fariseus, consultavam entre si como o surpreenderiam em alguma palavra”, Jesus sempre usava o bom senso.
Este mestre de palavras era também um poeta[5] - de fato, um dos maiores poetas. Ele sabia como manejar a antiga arte de fazer provérbios usando vários animais em suas parábolas. Identifica-se em Mt. 7:2 sobre o julgamento que com a medida que julgares sereis julgados...; Lc. 14:11 usando o contraste, quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado. Em todos os seus discursos surpreendentemente descritivos e cativantes revelam ser Ele um legítimo poeta.
Seu conhecimento era superior ao dos homens: em termos intelectuais, Jesus possuía um conhecimento que se destacava em relação aos outros homens. Ninguém na História Humana disse palavras tão belas, de grande profundidade e de maior alcance. Não só isso, Jesus deu claras demonstrações de um conhecimento além da capacidade humana. Sabia o que pensava os seus amigos e inimigos (Lc 6:8; 9:47). Conhecia coisas sobre o passado, uma vez que conhecia o fato da mulher samaritana ter tido cinco maridos (Jo 4:18) e o futuro das pessoas, ilustrado no fato de antemão ter avisado a Simão Pedro de sua negação (Lc 22:34).
Seu conhecimento não era ilimitado: em algumas passagens observa-se Jesus fazendo perguntas retóricas a fim de reforçar algum ensinamento (Mt 22: 41-45), contudo há outras passagens em que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía. Um exemplo claro foi o caso do garoto acometido de um espírito de surdez e mudez, onde Jesus pergunta ao pai dele "Há quanto tempo isto lhe sucede?" (Mc 9:21). Há nesta passagem uma clara alusão que Jesus não tinha tal informação, e a julgava útil e necessária para promover a restauração daquele garoto. Um outro caso ainda mais explícito foi no discurso apocalíptico em Mc 13:32, quando ao ser interpelado sobre quando voltaria uma segunda vez, Jesus respondeu francamente: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai". Foi uma declaração clara de sua falta de conhecimento sobre essa informação.

1.5 Caráter Religioso de Jesus
Participava regularmente dos cultos na sinagoga (Lc 4:16): era de seu costume ensinar nas sinagogas e visitar e participar dos cultos no templo quando estava em Jerusalém. Humanamente mantinha um padrão de vida religioso irrepreensível quanto aos parâmetros de Deus.
Mantinha uma vida de oração (Lc 6:12; 22: 41,42; Jo 6:15): várias ocasiões vê-se Jesus sair para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência humana do Pai era total e a oração era uma prova disso. Em todas as coisas Jesus se mostrou plenamente humano, tanto no aspecto físico, como no mental. Não havia dúvidas para os autores do Novo Testamento que Jesus era plenamente homem.
Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu completamente a humanidade, sujeito a todos os reveses que o estado de humanidade poderia lhe trazer, contudo Jesus não um homem qualquer, igual a todos os homens. Vários fatos em sua vida mostram essa santa singularidade.

1.6 A Unidade nas naturezas da Pessoa de Jesus
Louis Berkhof na sua teologia sistemática afirma que as naturezas de Cristo estão presentes na história da igreja desde o Concílio de Calcedônia:
A Igreja aceitou a doutrina das duas naturezas numa pessoa, não porque tivesse completa compreensão do mistério, mas porque viu claramente nela um mistério revelado pela Palavra de Deus. Para a Igreja ela foi e continuou sendo sempre um artigo de fé, muito acima da compreensão humana. [6]
Jesus é também singular no que diz respeito a sua pessoa. Sendo Ele Deus perfeito e Homem perfeito, não são duas pessoas ao mesmo tempo? Ainda que seja de difícil compreensão a unificação do ser divino com o ser humano em um único ser, Jesus é apresentado dessa maneira nas páginas do Novo Testamento.
A pouca referência bíblica sobre uma dualidade existente na pessoa de Jesus já é claro indicativo que há uma unidade em torno de sua Pessoa. No entanto há textos claros sobre a deidade e a humanidade de Jesus reunidas em um único ser (Jo 1:14; Gl 4:4; I Co 2:8), por isso a necessidade das duas naturezas de Cristo para mostrar que Ele era Deus e humano ao mesmo tempo. “ Ele assumiu a natureza humana, não somente com todas as suas propriedades essenciais, mas também com todas as debilidades q que esta sujeita, depois da Queda, e, assim, devia descer às profundezas da degradação em que o homem tinha caído, Hb.2:17,18”[7].
Jesus ao assumir a forma humana, adquire atributos humanos, mas não desiste de sua natureza divina (Fp 2: 6,7). Quando Paulo fala em Filipenses que Jesus se esvaziou assumindo a forma de servo, é da posição de igualdade com Deus que Jesus se esvazia e não da natureza divina. Assim Jesus se submete funcionalmente ao Pai e ao Espírito Santo no período da encarnação. Mantém todos os atributos divinos (Cl 2:9), mas os submete voluntária e humildemente ao Pai, não fazendo uso deles a não ser que seja esta a vontade d’Aquele que o enviou.
Também deve ficar claro que Jesus não era em algumas ocasiões humano e noutras divino, e nem mesmo um terceiro ser resultante da fusão das duas naturezas, como afirma o autor Perry G. Downs: “Jesus tinha dentro dele duas naturezas: a humana e a divina” [8] e também como afirma Augustus Hopkins Strong:
”As Escrituras representam claramente Jesus Cristo tendo sido possuído de uma natureza divina e de uma natureza humana, cada qual inalterada em essência e não desvestida de seus atributos e poderes normais do mesmo modo quem que elas com igual distinção representam Jesus Cristo como uma única pessoalidade indivisível em quem as duas naturezas estão vital e inseparavelmente unidas de modo que ele, com propriedade, é não Deus e homem, mas Deus-homem”.[9]

Seus atos sempre foram humanos e divinos ao mesmo tempo. Dessa maneira a humanidade e a divindade são conhecidas de forma mais completa em Jesus Cristo. Não existe melhor fonte para se conhecer o ser humano em como analisar a vida de Jesus. Ele é o novo Adão e n’Ele os humanos foram feitos novas criaturas, segundo a vontade de Deus (Jo 1:12; II Co 5:17). Mas Cristo também é a melhor fonte para se conhecer como e quem é Deus, pois Ele revela de forma mais plena possível o Pai: "Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou" (Jo 1:18). E :
Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor mostra-nos o Pai e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim, vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (Jo 14: 8,90).

Jesus é alguém totalmente singular entre todas as pessoas que viveram e viverão na face da terra. Ele é o perfeito humano, sem pecado, dependente da vontade do Pai e submisso a ela. É também verdadeiro Deus, em honra, majestade e poder, que assumiu a humanidade e do homem teve compaixão a ponto de morrer por ele, de forma que este fosse liberto do pecado, para que pudesse viver como filho de Deus. Sua obra e propósito eterno foram e serão plenamente cumpridas.








2. Jesus como modelo de líder humano.
Em Marcos 1:14-17 relata quando iniciou o ministério de Jesus chamando quatro pescadores do mar da Galiléia e lhes disse: "Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens" (Mc 1.17). Naquele dia, Jesus assumiu um sério e ousado compromisso. Até então aqueles homens nunca haviam pensado em ministério religioso. Não conheciam a mente de Deus nem a psicologia humana. Não tinham preparo teológico, missionário ou acadêmico. Não amavam o suficiente nem eram pacientes. Os defeitos pessoais pesavam mais do que as virtudes. Cada um queria ter maior privilégio que o outro, mas Jesus já os conhecendo escolheu-os para liderá-los e prepara-los para uma grande e maravilhosa missão.
Em Marcos 1:14-17 diz:
Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho, caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.

2.1 Modelo de Jesus para a liderança servil
E depois de lavar os pés, disse: "Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." (João 13:12-15). Hunter afirma que “Quem quizer ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve servir”[10]. Que lição de liderança!Ser líder é primeiro que tudo servir. Que contraste com os jogos de poder que acontecem nos dias de hoje. A liderança da igreja segue cada vez mais o modelo empresarial, e não o modelo de Jesus Algo tem de ser radicalmente mudado, precisa-se recuperar o modelo de liderança de Jesus. Ser líder não é ter fama, dinheiro, carros. Ser líder é ser um servo. É ajudar todos a chegarem-se mais perto de Cristo, e a desempenharem a sua missão. É não ter medo de ser substituído mas alegrar-se quando alguém consegue ir mais além.
Jesus desenvolveu uma liderança que serviu e ensinou aos seus discípulos o significado desse serviço (diakonia), ou seja, Ele foi Líder - Servo, o qual serviu a missão do Pai (missio dei). “Jesus disse que a influência e a liderança são construídas sobre o serviço... Ele mudou o mundo sem exercer poder, só influência” [11].
Para Jesus, a missão do Pai foi ter ungido Ele para que viesse ao mundo para reconciliar a humanidade com Deus através de sua morte de cruz e ressurreição. Então o modelo de liderança era o serviço, Ele jamais serviu a si mesmo, pelo contrário, Ele serviu primeiramente ao Pai obedecendo como servo fiel assim como está escrito no livro de João 6:38 “Jesus disse: Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade; e sim, a vontade daquele que me enviou”.
Na sinagoga Jesus declarou bem a sua missão (Lucas.4:18-19) dizendo: “O Espírito do Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôs em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor” (Isaías 61:1-2) . Também se relata mais duas referencias bíblicas em que Jesus trata sua missão que é em Marcos 10:45, onde Ele fala que veio para servir e Lucas 19:10 onde Ele fala na casa de Zaqueu que o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido se referindo a Ele como Filho do homem e perdido se referindo ao mundo.
A partir daí, destaca-se dez princípios de liderança importantes que se percebe na vida de Jesus: Primeiramente o Amor no serviço: Mt.22:35-40 (que fala do grande mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo); segundo: não julgar uns aos outros: Mt.7:1-5; terceiro: Ser testemunho (1 Co. 10:24, 31-33), quarto: observa-se que Ele se humilhou, se esvaziando de si mesmo como Deus na totalidade de sua glória e soberania para vir ao mundo como Deus-Homem e permitiu que Deus o exaltasse, mesmo sofrendo toda tentação humana, não pecou; em quinto lugar, Ele foi obediente à vontade do Pai em vez almejar uma posição; em sexto, deixou bem claro as pessoas que a sua grandeza era ser Servo, tornado-se escravo dos outros; em sétimo lugar: dando continuidade do terceiro, era que Ele se arriscou a servir os outros por confiar que era Filho de Deus; em oitavo: Ele abandonou toda a sua glória e seu lugar na mesa principal (Lc. 14:8-11) para servir as necessidades dos carentes; em nono e penúltimo princípio: Jesus compartilhou responsabilidade e autoridade com aqueles que chamou para liderar e em décimo e último princípio: foi que Ele formou uma equipe e esta colocou em prática Sua visão de salvar e levar as boas novas ao mundo .
Enquanto Jesus exercia com autoridade para servir; os discípulos ambicionam poder para dominar, acontecia uma crise dentro da visão dos discípulos por questão de poder! (Marcos 10.41). Manifestou-se outra vez a tendência de discutir quem dentre eles era o maior (Marcos 9.33-35). Acontece a intervenção rápida de Jesus em meio a um diálogo com os discípulos a respeito do que é ser servo (Marcos 10.42-45), pois a grandeza, o espírito de nobreza, se manifesta na disposição de servir, o maior é quem serve. Jesus ensina pelo exemplo (Marcos 10.45). Este ensino tem uma grande sabedoria e pode ser aplicado em todas as áreas da vida. A verdadeira prosperidade vem pelo serviço humilde, honesto, digno e persistente! Apesar das atitudes mesquinhas e inadequadas dos discípulos, Jesus foi tolerante e compassivo com as suas fraquezas, mas firme quanto aos princípios do Reino de Deus. Apesar de tudo, eles seguiam a Jesus e criam na vitória do Mestre! Precisavam, porém, aprender a natureza da vida e da missão cristã.
2.2 Os métodos de Jesus um líder – mestre

Jesus valorizava as pessoas de maneira genuína acima das coisas e como bom líder ensinava assim como observa Lc.13:10-17, Jesus ia ao encontro das pessoas (Lc.14:34-36), Jesus comunicava o Evangelho por meio de parábolas, desenvolvia ações práticas e fazia aplicações diretas á vida pessoal de seus ouvintes. Ele usava-se da simplicidade (Mt.13), informalidade (Lc.4:16-27 e Mc.4:1), ilustrações (Mt. 13:13), autoridade (Mc. 1:22) e perguntas (Mc.4:30). Responderam os guardas: Nunca homem algum falou assim como este homem (Jo.7. 46). Jesus ensinava as multidões: “Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los...” (Mt. 5.1). Existem várias formas e metodologias, que provam por meio da bíblia que Jesus, chamado Rabi ou mestre em Israel, usava com sabedoria para captar: Primeiro a atenção dos ouvintes; segundo: conseguir que as suas Palavras produzissem o efeito esperado; terceiro: que estas palavras conseguissem ficar fixadas nas mentes dos seus ouvintes; quarto: conseguia transmitir os seus ensinamentos de forma eficaz e com autoridade. Isto só vem corroborar a qualidade de Jesus como Mestre Divino e Ensinador eficaz. A classe de Jesus era composta por multidões, mais um desafio, para qualquer ensinador.
Jesus usou métodos que deram resultado, ou seja, eficazes, pois ela segue um nível do mais simples ao mais eficaz. Enquanto Jesus ensinava os doze discípulos, Ele também se relacionava e gerava intimidade tocando a vida deles. Um exemplo é do autor Perry Downs que fala no seu livro a sugestão de níveis de aprendizado conforme Norman Steineker e M. Robert Bell:
Lembrança – eu lembro
Lembrança e Aprovação – eu gosto
Lembrança e Especulação – eu penso
Lembrança e Aplicação – eu experimento
Lembrança e Adoção – eu adoto[12]
Tudo isso estava sendo trabalhado na vida dos discípulos até que realmente compreendessem os seus chamados.
2.3 O paradoxo de liderar como Jesus: Ser grande é servir[13]

O paradoxo faz parte da vida de todo ser humano, quando se casa idealiza-se um ótimo cônjuge sem erros, só alegria, mas no dia-a-dia relata que nem sempre é só alegrias, pois também vem as tristezas. Assim como os filhos, quando nascem os pais idealizam uma ótima educação, mas o que se vê muito nos dias de hoje são filhos rebeldes e a culpa ás vezes não são dos pais; e na época de Jesus não foi diferente, até mesmo na vida do Mestre.
Jesus entendia e demonstrava que para ser um bom líder era necessário ser servo do outro, ou seja, o maior é aquele que serve e não o que é servido como pensavam os discípulos, tudo o que Jesus fez foi servir, Ele foi o verdadeiro servo revelando através da Sua atitude (Lc.17:7-10 e Lc.22:24-27).
Ele servia “sem aviso prévio” (Mc. 3:20 e 6:31),servindo-se de exemplo (Mt.23:11), quebrando paradigmas (Mt.23:5-7) e segundo Perry Downs ,Ele tinha como amigo os “pecadores” (Mt. 11:19), aceitando-os mais do que aos líderes religiosos...E Jesus tinha fortes conflitos com os líderes religiosos.[14]
O caráter de Jesus nunca mudou diante das adversidades que Ele se encontrava como no caso de um banquete na casa do Fariseu, Ele se encontra humilde e solidário (Lc. 7:36-50), no entanto o estilo de liderança de Jesus muitas vezes pareceu um paradoxo para os que tentaram seguí-lO e para os que o observavam ,assim como citado no texto de Lucas 7:36-50, onde o Fariseu não entende porque motivo Jesus se compadece e perdoa uma pecadora que ungiu seus pés,mas O Mestre revela todo seu amor.
2.4 As formas de ensino:
Conforme o autor Perry G. Downs em seu livro Introdução à Educação Cristã, Ensino e Crescimento, Jesus liderava pregando e ensinando as pessoas de tal forma a chegar ao ponto de cativá-las a seguí-lO.
Didática do exemplo: Jesus usava as parábolas que fixam na mente as ilustrações: “E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear” (Mt.13. 3). “E sem parábola não lhes falava; mas em particular explicava tudo a seus discípulos” (Mc.4.34) .
2.4.1 A qualidade do Seu ensino:
Em Mt. 7.28 “Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina”. Jesus tinha autoridade nos seus ensinamentos Mt.7.29: porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas. Lc.4.32 e maravilharam-se da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.Jesus fez uma ligação entre o saber e o fazer, ou seja, o conhecimento com a prática a qual trouxe qualidade na sua liderança e, como conseqüência, Seus ensinamentos.Deus não pode ser encontrado fora do homem - Jesus. Nele Deus revelou sua face divina. É em Jesus que se descobre quem é Deus e quem é o homem. A igreja só é Igreja quando se encontra em Cristo e o líder cristão tem sempre que invocar Cristo como presidente.
2.5 Jesus, líder com uma psicologia de equilíbrio emocional.
No aspecto psicológico, Jesus foi totalmente equilibrado em suas atitudes para com as pessoas, entendo-as e fazendo-as conhecer a si mesmas. No livro de Mark W. Baker com o título: “Jesus, o maior psicólogo que já existiu” observa-se esses dois verbos que são entender e conhecer.
Na primeira parte o autor aborda os seguintes temas: Entendendo como as pessoas pensam[15] (Mc. 4:30-34, refere-se as parábolas que Jesus usava para melhor o povo compreender o que Ele dizia), elas são boas ou más[16] (Lc. 10:30-35, refere-se ao bom samaritano), entender o crescimento[17] ( Mt. 9:16-17, refere-se a consciência que gera crescimento), o pecado e a psicopatologia[18] ( Lc. 15:11-24, refere-se a parábola do filho pródigo), a religião[19] (Mt. 12:1-8, referindo-se que Jesus é o Senhor do sábado) e o vício[20] (Lc. 18:18-25, a qual fala a história do jovem rico).
Na segunda parte de seu livro, Backer faz uma aplicação combinando o entender com o conhecer de Cristo com relação aos seres humanos, cujos temas se dividem em: Conhecendo os seus sentimentos[21] (Mt.18:1-6 onde se descreve quem é maior no Reino dos céus) o seu inconsciente[22] ( Mt.13:11-14 declara que Jesus conhecia o inconsciente das pessoas), a verdadeira humildade[23] (Lc. 18:9-14, onde descreve a parábola do fariseu e do publicano), o poder pessoal[24] (Jo 4:7-30 fala da mulher samaritana) e o seu verdadeiro valor[25] (Lc. 10:38-42, narra a passagem de Jesus na casa das irmãs Marta e Maria).
Jesus com certeza foi, é, e será eternamente o maior líder que já existiu. Laurie Beth Jones escreveu um livro intitulado “Jesus, o maior líder que já existiu” no qual foi buscar inspiração em Jesus Cristo para propor princípios de liderança voltados para o crescimento, a harmonia e a realização de todos. Numa abordagem espiritual, a autora compara Jesus a um empresário que montou uma equipe com 12 pessoas que estavam longe de serem perfeitas, mas conseguiu treiná-las e motivá-las para cumprirem sua missão com sucesso. Seguindo o exemplo de Cristo, ela apresenta um modelo de gestão baseado em três categorias de forças: a força do autodomínio, a força da ação e a força das relações. Seu objetivo era construir, e não destruir; educar, e não explorar; dar apoio e fortalecer, e não dominar. É assim que Jesus, o Deus encarnado se mostrou para a humanidade.




























3. Aplicando a liderança de Jesus na vida cristã

O líder necessariamente é associado à figura de poder, entretanto aquele que depende do poder para exercer a liderança não é um líder de fato. Visando contextualizar as diferenças entre a hermenêutica do poder, da liderança e da liderança servidora assim como temos exemplo em Jesus e será abordado neste capítulo e o autor Hunter narra em seu livro essa diferença:

Liderança: é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum[26]. Liderança Servidora: ... é servir, isto é, identificar e satisfazer as necessidades legítimas[27].


Liderar não é atender o que as pessoas querem, mas sim entregar o que elas precisam. Liderar não é dizer às coisas que as pessoas querem ouvir, mas os que elas precisam ouvir.
Os resultados das atitudes de um líder-servo é uma nova visão de “Homem”, que antes de tudo é necessário e importante que haja um deslocamento da necessidade de realizar para o desejo de ser, um conceito de poder e valores organizacionais diferentes dos praticados atualmente, pois integra a família, a comunidade, o trabalho e humaniza a organização, tornando-a um meio de crescimento pessoal. O papel do Líder é extremamente exigente. É possível observar que partindo do significado explicitado acima que o pleno significado da contextualização da palavra liderança diverge das interpretações publicadas por diversos escritores que buscam trazer essa tradução o mais próximo do contexto da atualidade.
Liderança não tem nada a ver com personalidade, pois pessoas com personalidade diferentes podem desempenhar este papel. Também não tem a ver com estilo, mas com conteúdo. Observe o seguinte: Um profissional com mais de 4 anos de experiência exercendo a função de chefia; será que ele conseguirá um desempenho melhor se maltratar os subordinados e não prestar atenção ao trabalho deles e viver dizendo coisas ruins? Infelizmente o que ocorre de errado é que ainda existem muitas pessoas com títulos e cargos que pensam ser melhor que as outras. Todos têm problemas, mas não se devem projetar seus problemas nos outros. É importante que todos assumam suas co-responsabilidades no trabalho. Esta é uma boa concepção para dissolver situações difíceis, já solidificadas nas empresas.
Aprender a ser um líder cristão traz a necessidade de confiar nas pessoas, estimular a energia criativa de cada indivíduo, criando uma atmosfera segura, onde todos possam arriscar sem medo de errar e serem punidos. Desta forma se aperfeiçoa mais líderes e envolve-se todos no processo decisivo. É bom esclarecer que o direito de errar não é igual ao direito de ser incompetente. As decisões erradas devem ser usadas como base para o treinamento. Já as decisões corretas devem ser ressaltadas em público.
Para ser eficaz e garantir uma mudança de comportamento autêntica e durável segundo Hunter, o líder deve obter: 1. Fundamento. Um bom líder deve estudar e manter atualizados seus conhecimentos sobre os princípios da liderança servidora... Conhecer e determinar o padrão a ser alcançado é vital, se quisermos ter alguma chance de atingi-lo.2. Feedback. Deve encontrar uma maneira de receber feedback das pessoas mais importantes no trabalho,na vida pessoal e eclesiástica.3. Atrito. Descobrir as pessoas que vão manter o líder atento, dando pulinhos para não queimar os pés no fogo... [28].4. Disciplina. Vem da mesma raiz de discípulo, que significa ensinar ou treinar. 5. Ouvir. Prestar atenção às pessoas e ouvindo-as ativamente [29].
Ser um líder servidor é ser autêntico com as pessoas, sem pretensão, orgulho ou arrogância e sem máscaras. É agir com amor, fé, firmeza de propósitos, procurando sempre mostrar como as pequenas atitudes podem construir um ser humano extraordinário. Servir aos outros faz o líder se sentir livre das algemas do ego e da concentração de si mesmo que destroem a alegria de viver. Quando uma pessoa se encontrar em momento difícil, com dificuldades de saúde, ou financeira, uma alternativa interessante para encontrar uma saída para essa “dificuldade” é adotar uma postura de atendimento, ou seja, ir em hospitais, creches, azilos e procurar ajudar; com essa atitude irá encontrar sem procurar a solução para os conflitos. Ser servidor não é ser escravo e sim tratar as pessoas com igualdade e como se elas fossem as mais importantes, por que elas realmente são as mais importantes. Ser um líder servidor ressalta a importância de agir com honestidade e compromisso:

O líder comprometido dedica-se ao crescimento e aperfeiçoamento de seus liderados. Ao pedirmos às pessoas que lideramos que se tornem o melhor que puderem, que se esforcem no sentido de se aperfeiçoarem sempre, devemos também demonstrar que nós,como líderes, estaremos também empenhados em crescer e nos tornarmos o melhor que podermos. Isso requer compromisso, paixão, investimento nos liderados e clareza por parte do líder a respeito do que ele pretende conseguir do grupo[30]. .


Nem sempre liderar é agradar a todos. É notório que muitas lideranças ainda não aplicam e não se desenvolvem de maneira sustentada em conjunto com o seu meio ambiente e suas comunidades, mas o mais importante é que para que isto aconteça não depende somente do líder, mas de todos os liderados, pois cada um exerce o seu papel, e em momento oportuno pode e deve colaborar para o desenvolvimento da humanidade.

3.1 Jesus amou seus liderados, e o bom líder é aquele que ama.

Ele soube discípula-los ao ponto deles darem continuidade aos Seus ensinamentos “... amar não é como você se sente em relação aos outros, mas como se comporta em relação aos outros”[31] .
Jesus tinha autoridade e o bom líder deve ter da mesma maneira. “Autoridade: É a habilidade de levar as pessoas para fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal”[32] .
Os que ocupam cargos de liderança (em qualquer área da igreja) precisam viver a verdade do evangelho, na autoridade e poder do Senhor. Que sejam pessoas que creiam incondicionalmente na Bíblia e aceitem o mover do Espírito Santo em toda a sua amplitude, que jamais queiram limitar o Senhor à Palavra, mas, que tenha consciência que Ele é o Senhor da Palavra e que vai além da revelação já existente.
Um bom líder é aquele que influencia pessoas e grupos e isso vemos na vida de Jesus, mesmo após a Sua morte. Ele continuou a influenciar vidas por intermédio do testemunho dos discípulos e a Palavra de Deus que é pregada no mundo, isso demonstra que o grande mandamento de Jesus teve e tem resultado.
O que diz... “Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo”, uma releitura da LEI.
Os líderes nascem no seio da igreja e não necessariamente, carecem de uma formação acadêmica. O que importa realmente é a vida reta, santa e digna de ser imitada pelos demais da congregação. São levantados com duas missões principais: 1º-Preparar os eleitos para uma vida segundo a vontade de Deus, produzindo frutos dignos de arrependimento. Foi ele quem “deu dons às pessoas”.
Ele escolheu alguns para serem apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja. Ele fez isso para preparar o povo de Deus para o serviço cristão, a fim de construir o corpo de Cristo”. Ef 4.11,12.

2º-Pregar a verdade da salvação a todos.
E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros. 2Tm 2.2

Aplicação dos métodos de Ensino, que Jesus utilizou no seu Ministério de Ensino e liderança: Comunicação Oral (A memória oral é um importante recurso na reconstrução da história), A Memória Oral: A qual foi com que Deus ensinou aos judeus, para que a Sua Lei fosse disseminada; Jesus usou este método com o mesmo sucesso, basta olhar o próprio interior e…milagre: antes a pessoa era contra Bíblia e hoje prego a Bíblia, pois alguém lhe falou a respeito dela e da Salvação; Comunicação Escrita, Compreensão Oral e Compreensão de Textos.
Comunique-se com eficiência: Dizer algo que é verdade ou correto e que foi fácil para entender, não significa que as pessoas entenderão isso também. É preciso olhar através dos olhos deles, de forma que possa imaginar como reagirão ao que lhes é comunicado. O Bom líder motiva e desperta a criatividade de seus liderados.
Para o indivíduo, a motivação é a geradora de satisfações interiores e de aumento da sua vontade de realizar coisas, enquanto que para o líder, o seu conhecimento é o caminho de melhora contínua do seu desempenho[33].

O presbítero Arnold H. Ferle aborda quatro conceitos sobre motivação (1-Conceito de motivação,2-Motivação e comportamento, 3-A importância do conhecimento da motivação humana e 4- O caminho da motivação)[34]. Resumindo a idéia do autor compõem-se que a motivação é primordial na liderança cristã para que ela seja competente e eficaz na sua realização.
3.2 Qualidades presentes na vida dos verdadeiros líderes cristãos:

3.2.1Chamados por Deus:

”O SENHOR disse a Moisés: Mande chamar o seu irmão Arão e os filhos dele, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar. Separe-os do povo de Israel para que me sirvam como sacerdotes” (Êxodo 28.1). ”Em nós não há nada que nos permita afirmar que somos capazes de fazer esse trabalho, pois a nossa capacidade vem de Deus.” (2Co 3.5)
O Chamado vem do Senhor, que capacita os Seus servos a desempenharem as funções para as quais foram chamados. A preocupação do escolhido do Senhor deve restringir-se apenas em santificar-se e buscar a sensibilidade para ouvir o Espírito.
Em Romanos 12:4-8 descreve os dons pessoais e dentre eles se encontra o don de presidir que é o mesmo que liderar, portanto para ser líder deve ter esse dom dado pelo Espírito Santo.
“O possuidor deste dom, é motivado pelo Espírito Santo, a ajudar um grupo a perceber os propósitos (visão) de Deus, e mobilizar-se a realizá-lo, ou seja, Deus comunica seus objetivos e propósitos para um grupo ou igreja, através dos cristãos que possuem este dom. Estes líderes recebem do Senhor Sua visão para o futuro, e são orientados por Ele a comunicá-la à igreja, estabelecendo alvos a ser alcançados”[35].

O dom de presidir é dado pelo Espírito santo para o líder guiar o povo de Deus segundo a Sua vontade.

3.2.2 Comissionados por Cristo:
O líder precisa ser comissionado por Cristo para cumprir com o Seu propósito.

Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28.19,20).

Os escolhidos para a manifestação do evangelho do Senhor precisam receber a autoridade que é dada pelo Senhor. É ouvir o Ide!

3.2.3 Enviados pelo Espírito Santo:
E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre (At 13.2-4).

Sem a confirmação e a direção do Espírito Santo, o líder não tem autoridade para tomar decisões próprias. É preciso ser sensível à voz do Espírito e esperar o momento certo para agir.
3.2.4 Sensíveis à voz de Deus:

“Jesus afirmou: Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu” (Mt 13.17).
“Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi” (At 8.26).
A habilidade de liderar não está na sabedoria humana, mas, na capacidade de ouvir e obedecer à orientação que vem dos céus. É totalmente possível a uma pessoa simples ser poderosamente usada pelo Senhor na manifestação do seu poder. O compromisso com o Senhor deve ser vista por todos.

3.2.5 Cheio de Fé:

“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.” (Rm 1.17).
A perseverança na fé é uma virtude do líder segundo o coração de Deus. Pois, no curso da caminhada, dificuldades surgirão e é preciso estar alicerçados, plena confiança para vencer as adversidades e se expressa no exemplo de Abraão (Gn 12.1-20; 17.1-27; 22.1-19).

3.2.6 Exemplos vivos de Cristo:

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1Co 11.1). Os líderes precisam refletir a imagem do Senhor, para que seus liderados o veja como exemplo digno de imitação. É preciso um comportamento digno, palavras sábias e ações santas. Paulo declarou-se como digno de ser imitado (1Co.11:1). 3.2.7 Homens e mulheres de caráter:
O bispo deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada... É preciso que o bispo seja respeitado pelos de fora da Igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo. Do mesmo modo, os diáconos devem ser homens de palavra e sérios... Primeiro devem ser provados e depois, se forem aprovados, que sirvam a Igreja. A esposa do diácono também deve ser respeitável e não deve ser faladeira. Ela precisa ser moderada e fiel em tudo. 1Tm 3.1-13
Paulo faz uma descrição das qualidades que devem estar presentes na vida do líder. É preciso que seja maduro e demonstrar um caráter ético e aprovado por todos.

3.2.8 Cheios de humildade:

Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte—morte de cruz. Fp 2.5-8
O maior exemplo de humildade que temos, é o de Cristo Jesus. Ele, obedeceu, fez a obra e pagou um alto preço.

3.2.9 O líder ouve os liderados e aprende com eles:

“Encontrei em Davi, filho de Jessé, o tipo de pessoa que eu quero e que vai fazer tudo o que eu desejo.” (At 13.22).
Davi foi um rei sensível a Deus, líder humilde que aceitava as repreensões e os conselhos que procediam dos profetas. É sábio ouvir as pessoas, mesmo que as sugestões não sejam as melhores.

3.2.10 Segundo o coração de Deus:

Então, os homens de Israel disseram a Gideão: Domina sobre nós, tanto tu como teu filho e o filho de teu filho, porque nos livraste do poder dos midianitas. Porém Gideão lhes disse: Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará.(Jz 8.22,23)
Alguns são líderes natos; mas, o líder sábio deposita nas mãos do Senhor as suas tarefas e sensível ao Espírito Santo, age segundo a Sua orientação.
3.2.11 Vida de orações e jejuns:
A vida de oração e jejum possibilita ao líder comunhão íntima com o Senhor e a possibilidade de ouvir e ser orientado literalmente pelo Espírito de Deus. É um governo “teocrático” por meio de sonhos, visões, profecias, revelações, etc:

Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las (1Co 12.4-10).


Crer e viver o sobrenatural do Senhor é uma condição na vida de um líder segundo o coração de Deus.
“A oração é tão necessária após o triunfo quanto antes da dificuldade”[36], e é analisado em Marcos capítulo 6 na multiplicação dos pães.

3.2.12 Milagres, sinais e maravilhas:

Homens de Israel, escutem o que eu vou dizer. Deus mostrou a vocês que Jesus de Nazaré era um homem aprovado por ele. Pois, por meio de Jesus, Deus fez milagres, maravilhas e coisas extraordinárias no meio de vocês, como vocês sabem muito bem (At 2.22).
Os milagres e sinais são para nossos dias, devemos encará-los como a manifestação do poder de Deus, indispensável para a edificação de vidas.
3.2.13 Unidade dos liderados:
“Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.” (At 1.14).
Uma das qualidades do líder é a capacidade de reunir os irmãos num só pensamento, numa só direção e isto só é possível, quando há o mover do Espírito Santo na vida e também o líder caminha lado a lado com seus liderados como afirma Briner “O líder vê e ao mesmo tempo é visto por aqueles que realizam o trabalho”.

3.2.14 Intrepidez, coragem:

“Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus.” (At 4.13).
A coragem e sabedoria nas ações precisam demonstrar que andamos com Cristo.
Mas, a maior qualidade do líder, não importa qual a classe de liderança (seja: pastor, presbítero, diácono, professor, diretor de associações, etc.), inquestionavelmente é a condição de estar cheio do Espírito Santo. As ações e atitudes serão bênção.

3.3 O líder cristão e a paixão ministerial
O entusiasmo e a paixão pelo ministério e a arte de liderar são fundamentais para um ministério eficaz, assim como afirma Wilkes:
Entusiasmo e a paixão que Deus põe em seu intimo por uma obra dele. O entusiasmo surge por meio de um chamado verdadeiro, a pessoa motivada pelos objetivos de Deus e sempre mais entusiasta do que aquela que mantém uma posição. [37]

Para muitas pessoas inseridas dentro de uma comunidade cristã, parece que a idéia de ter uma paixão, é sempre vista como algo pejorativo, passageiro, efêmero, fulgaz e diversas vezes, por que não dizer carnal. O homem foi inculcado a pensar a idéia da paixão pela vertente da coisa destrutiva e avassaladora na vida daqueles, e daquelas que se entregam a ela. Contudo, o Dicionário Aurélio define paixão, usando uma colocação, que passa muitas vezes despercebida de nossas idéias anteriores de formulação. Paixão é vista como entusiasmo muito vivo, envolvendo palavras dinâmicas do tipo: envolvimento, dedicação e é claro entusiasmo.
Assim, é aqui apresentada a proposta de uma nova compreensão da palavra paixão. Por exemplo: pensando em Jesus e sua missão para salvar a humanidade, podemos observar uma paixão entusiasta na vida de Jesus que era um obstinado em fazer a vontade do Pai. O Filho do Homem apaixonado por sua missão. Jesus estava realizando milagres no desejo de ver vida e trazer a vida para as pessoas, libertando, curando, tirando-lhes a dor com seu cuidado e sua atitude de compaixão. Com os discípulos havia atitudes de amizade, camaradagem e consideração, pois a preocupação maior do Mestre se dava na formação de vidas, marcando, fixando, imprimindo em suas vidas a paixão de ver pessoas felizes, transformadas, realizadas fazendo o que o Pai lhes dera para realizar. Com os pecadores a paixão de Jesus se manifestava através da motivação e da ação, paixão esta transformada em atitudes de cura, salvação e libertação para aqueles que queriam a vida.
O ministério de Jesus foi um ministério apaixonante. Não havia dificuldades, obstáculos ou situações adversas que não pudessem ser vencidas pelo entusiasmo do mestre. Sendo assim, percebe-se paixão e vibração, ação, envolvimento, que são colocadas por Deus no mais profundo do nosso ser por meio do entendimento do nosso chamado para servi-lO. Dessa atitude surgem os objetivos, as motivações para com o ministério específico do líder, o que ira ser traduzido em ações. Em que posição deve-se encontrar: Um líder entusiasta movido pela paixão de grandes realizações, ou um líder movido apenas pela posição ou cargo que ocupas. Parar e refletir sobre o que tem feito o coração acelerar de fato? O que o homem poderia fazer para Deus? O líder acorda pensando nos desafios do Ministério e em como irá resolvê-los? Pensa em compartilhar suas metas, planos e desafios, se sentir desafiado a fazer isso? As respostas a essas perguntas servirão como guia para a fonte da paixão ministerial, e o seu nível de entusiasmo para com ele. Nada pode substituir a paixão na vida de um líder, ela é o que impulsiona o que inflama o coração.
3.4 O líder que convive com pessoas leais, mas também desleais.

A Palavra de Deus é bem clara em dizer que Deus requer fidelidade da liderança cristã: “... requer-se dos despenseiros que cada um seja encontrado fiel” (1ºCo. 4:2) e na vida e ministério de Jesus aplicou-se na liderança de doze homens os quais se tornaram seus discípulos e um apenas se encontrou desleal em todo o tempo, seu nome era Judas Iscariótes que o traiu dizendo onde Jesus se encontrava para os soldados o prenderem.
A partir daí, conceitua-se dois tipos de relacionamentos, sendo um de lealdade e o outro o deslealdade numa visão bíblica e de Dag Heward-Mills que escreveu um livro intitulado Lealdade e Deslealdade que se expõe no ministério da liderança cristã[38].

3.4.1 Sendo leal ao seu líder e ministério.

Uma igreja onde o amor e a unidade prevalecem só tem a crescer e desenvolver seus ministérios. Um bom Pastor segue o exemplo de Cristo O qual tinha Seus discípulos como aliados, ou seja, um bom líder sabe como conquistar a lealdade de sua liderança e como conseqüência o êxito e eficácia do ministério da igreja.
Jesus liderou seus discípulos dando-lhes esperança de recompensa e satisfação pela fidelidade dizendo-lhes que lhes preveriam um reino especial e seus nomes até seriam escritos nas fundações da Nova Jerusalém assim como diz em apocalipse 21:14 e o resultado foi a fidelidade da maioria deles até nos momentos difíceis do ministério de Jesus (Lc.22:28).
Por isso a importância do Pastor ter uma liderança fiel e coerente com a Palavra de Deus, nisso examina-se sete lições sobre lealdade[39] que são:
1º A lealdade requer persuasão plena, 2º sua lealdade deve ser para com a mais alta autoridade, 3º Uma pessoa leal não segura a informação, 4º A lealdade é baseada em princípios e não em emoções, 5º A lealdade irá lhe custar relacionamentos e amizades, 6º A lealdade pode lhe custar coisas físicas e 7º a lealdade requer análise.

Em Lucas 23:2, Jesus foi acusado por muitas pessoas de estar :
...enganando nosso povo...(Novo Testamento Século Vinte)
...ensinando divisões ao nosso povo...[Os quatro Evangelhos] (E.V.Rieu)
...impedindo-os de pagar impostos ao imperador...(Novo Testamento em Inglês Moderno)
...afirmando ser um rei ungido...(Novo Testamento Enfatizado)[40].


Levantaram-se muitas acusações contra Jesus, mas nem sempre onde a fumaça a fogo! Ou seja, sempre vai haver acusações contra líderes, mas nem sempre essas acusações vão ser de fato verdadeiras.

3.4.2 Sendo desleal ao seu líder e ministério

As pessoas se tornam desleais com o tempo. Segundo Dag Hewards-Mills existem oito estágios da deslealdade que são: O espírito Independente, A ofensa, A passividade, Crítico, Político, O enganado, Rebelião encarnada e Pena de morte[41]. A cada estágio identifica-se um “progresso”, ou seja a pessoa desleal vai ficando pior e a conseqüência vai se agravando tanto em sua vida como na tentativa de influenciar outros e para isso cria-se sinais e os líderes precisam prevenir-se observando muito bem seus liderados.
Os sinais de deslealdade são: ausência em tempos difíceis, àqueles que decepcionam quando estão sob pressão, fraquezas morais e financeiras, líder que ataca o seu sênior no ministério, líderes feridos e que nunca se recuperam, não estão preparados para serem treinados ou retreinados, não estão preparados pra tarefas simples, tem um casamento turbulento, se irritam e reagem toda vez que é corrigido, dá muitas desculpas e sempre se justificando, não cumpre promessas, compete por promoções e reconhecimento, aquele que nunca foi criticado, não dizima e nem oferta, não comparece a certas reuniões, quando aprova decisões erradas, caluniador, manipulador, anti-social, transfere a culpa aos outros[42].
Portanto o líder sênior (Pastor) precisa estar atento aos outros líderes para que um líder desleal não contamine a outro fazendo assim com que tenha como conseqüência a destruição da igreja.

3.5 Tentações da liderança

Uma das coisas que mais prejudica o corpo de Cristo é quando um líder peca, quando deixa a sua transparência moral, ligeiramente arranhada, não apenas em pecados do tipo sexual, mas em outros tipos de pecado como a ganância pelo dinheiro, ou o orgulho por ser famoso, ou a busca de privilégio através do ministério.
3.5.1 Regras para um líder enfrentar as tentações:
1º. Convicções acerca das verdades Bíblicas, pois muitos crêem e até os demônios crêem, mas convicção significa ter a crença tão internalizada que, não importa o que acontecer, não se deixará que algo mude a forma de crer. Cada líder tem sua área de fraqueza, quer seja física, espiritual ou moral, que é diferente para cada pessoa. 2º. Tomando decisões antecipadas (preventivas) É importante também tomar certas decisões com antecipação. Tomar algumas decisões prévias, como por exemplo: Quais são as coisas que nem sequer terão a possibilidade de ocorrer em sua vida? Trata sempre a esposa como a rainha do lar porque tomou uma decisão prévia de não olhar para outras mulheres e fazer comparações? Evita qualquer assédio no seu local de trabalho? Ficar sozinho aconselhando pessoas do outro sexo, o que pode dar margem a situações comprometedoras? Cada pessoa deve tomar suas decisões prévias. 3º. Vivendo em transparência. É importante que os líderes, inclusive mulheres, integrem um pequeno grupo no qual possam viver em transparência. Uma das grandes tentações da liderança é pensar que podem dar conta das coisas sozinhos. Não podem. Deus criou o homem com a necessidade de comunhão e intimidade emocional com outras pessoas. Nem tudo o que acontece precisa vir a público na vida do líder. Mas deve existir um grupo de duas a três pessoas ao redor, às quais o líder deve prestar contas e viver em transparência; pessoas que podem orar por ele sustentando-o (e o líder também em relação a elas) para que não caiam afinal em tentação. Transparência, vulnerabilidade, honestidade, autenticidade são palavras fundamentais na vida de um líder cristão. No entanto, o líder só será restaurado de coisas que está pronto a admitir. Jesus está buscando aqueles que precisam dele desesperadamente, se esse é o caso do líder cristão, o tempo não pode ser desperdiçado, assim que se busque a presença restauradora do Pai.
3.6 Futuro e desafio da liderança

A igreja tem que observar se o líder tem um don natural (auto-confiança, conhece os homens, toma as próprias decisões, usa os próprios métodos, gosta de comandar os outros [e ser obedecido], é motivado por questões pessoais e se é independente) ou espiritual; se Confia em Deus, conhece os homens e conhece a Deus, faz a vontade de Deus, é humilde, usa o método de Deus, busca obedecer a Deus, é motivado pelo amor a Deus e aos homens e tem dependência de Deus para que seja considerado um líder segundo o coração de Deus e que se espelhou em Jesus Cristo.
O futuro e desafio da igreja está na percepção de sua liderança a qual observa-se que existem 3 Tipos de líderes (sendo que o correto é ser um líder convocado por Deus para que haja êxito no ministério):1) Auto-convocado o qual é aquele que mesmo se institui líder de um ministério e o Pastor concorda 2) Convocado por homens, o qual é simplesmente convocado por um líder superior sem haver um devido cuidado quanto aos dons e preparações ministeriais 3) Convocado por Deus que é realmente aquela pessoa que Deus toca, revela, mostra para o líder superior e confirma com a pessoa chamada para liderar que as vezes já tem capacitação para o ministério ou pelo menos disposição para aprender (O líder como exemplo a ser seguido: 1 Tm. 4:12 Mc. 3:14).
A partir daí o desafio está em qual é o tipo de liderança que as igrejas evangélicas têm! O desafio de ter qualidade na liderança que é aquela preparada, que ensina, aconselha e exerce o seu melhor, com responsabilidade ministerial, mas o futuro revela líderes com falta de caráter e princípios de valores errados de Deus, quem aborda muito bem a questão do papel da igreja é o autor Ricardo Agreste com o seu livro intitulado “Igreja? To fora!”, ele dedicada um capítulo só para debater a ameaça interna existente dentro da igreja que são os seus líderes.”O que deve legitimar a vida de uma pessoa que ocupa uma posição de autoridade numa comunidade cristã não é o carisma, mas o caráter”[43].
Quanto ao ensino e compromisso do líder, todos são desafiados, conforme as mutualidades devem instruir uns aos outros (Colossenses 3.16), quanto ao discipulado, todos devem ensinar os discípulos que servem (Mateus 28.19), quanto ao dom de ensino e presidir (Romanos 12), estes são dons de base para o ministério do mestre e líder.
Existem quatro bases para o desenvolvimento dos liderados que serve como um desafio para a liderança:
1- o intelectual, que se concentra na atividade mental (entendimento e sabedoria)
2- o emocional, nos sentimentos o qual conduz a pessoa a amar a Deus, o próximo como a si mesmo.
3- espiritual, Deus nos deu o sopro de vida (Gn.2.7).
4- Comportamental, em Mt. 7:24 nos fala daqueles que “ouvem a palavra de Deus e as pratica”.
A igreja de Jesus não pode fazer por menos: o instrumento que Deus tem para unir as pessoas, fatos e acontecimentos é a Igreja de Cristo. O líder há de ser íntegro, "limpo de mãos" (cf. Cl 1.9,10; 2.10; Sl 24.3,4), e "puro de coração" (cf. Sl 24.3,4). O líder cristão deve possuir uma mente como a de Cristo (cf. 1Co 2.16); sua vontade é honesta (Ed 9.6).
A liderança da igreja às vésperas do século 21 há de estar aberta para o novo sem perder a visão do permanente na igreja. Afinal, somos líderes e capacitadores numa comunidade local sem perder a visão do todo da Igreja de Jesus Cristo; e capacitadores e líderes da Igreja de Deus sem perder a visão da comunidade como expressão local dessa Igreja.
Por fim, o desafio da igreja está em Hb.13:7 e 17, que trata de lembrar da liderança em como os líderes proclamaram a Palavra de Deus, analisar os resultados que tiveram e imitar a fé em obediência a liderança.

3.6.1Desafios para a liderança evangélica no Brasil Contemporâneo

De acordo com Kohl , ser igreja e ser líder no Brasil segue-se cinco desafios [44] e o primeiro diz:

Liderar com tolerância e respeito para com os demais atores religiosos... O problema é que estes novos atores religiosos (protestantismo tradicional e pentecostalismo) aparecem no campo religioso sob um clima de intensa polêmica [45].

Essa afirmação lembra uma rivalidade entre católicos e pentecostais com o episódio de quando um bispo bateu em uma imagem católica no programa de televisão e isso resultou em grande rivalidade.A lição a ser extraída desse desafio é que o líder deve respeitar outras religiões. O Segundo desafio aplica-se ao evangelismo:

O mundo plural contemporâneo exige que evangelizemos através de um diálogo com a cultura brasileira e considerando que os sujeitos a serem evangelizados tem a dizer sobre seu próprio mundo[46].


O evangelho é para todos sem discriminar a cor, raça, tribo e nação,mas olhando para a pessoa de forma integral e fazendo a hermenêutica da Palavra para o seu contexto.
O terceiro desafio é dispor de recursos eficazes de comunicação para evangelizar:

Se observarmos algumas igrejas que crescem no nosso país, constatamos que são justamente aquelas que estão devidamente inseridas na sociedade da informação eletrônica[47]


A televisão, internet e o rádio são ferramentas preciosas para a comunicação do Evangelho, por isso a necessidade da liderança cristã usufruir dela para que esteja atualizada e seja eficaz.
O quarto desafio é em superar a comunicação predominante intelectualizada e conceitual para uma mensagem simples e relevante para suas vidas:

Evangelho é sinônimo de compromisso, mas se as feridas das pessoas não forem curadas, elas não poderão se comprometer com o Reino de Deus. Quem não experimenta a cura de Deus não pode ajudar a aliviar a dor do próximo [48].


A liderança cristã precisa planejar melhor e usar estratégias para a comunicação não sendo apenas um bom sermão com uma liturgia bonita e organizada, mas acima de tudo com eficiência e unção transformadora.
O quinto e último desafio proposto por Manfred é de “construir um modelo de espiritualidade capaz de integrar sensibilidade para o poder do Espírito Santo tanto quanto para as questões sociais” [49] e ele ainda conclui de forma relevante:
... podemos observar líderes preocupados em orar, jejuar e ter experiências sobrenaturais, mas não são suficientemente piedosos para estender suas mãos para os aflitos. Por outro lado, podemos ver outros líderes engajados em um ativismo social vazio do poder sobrenatural de Deus. O momento é o de construirmos a síntese, a ponte de ligação entre as duas realidades e passarmos a viver e a pregar um Evangelho integral, onde o poder sobrenatural de Deus age para mudar o âmago das pessoas tanto quanto age para recriar a vida social e a natureza! [50].


Admite-se que o equilíbrio, que é o saber aplicar de modo a não radicalizar nem para um extremo e nem outro, da missão integral da igreja está bem exemplificado por Manfred e são esses os grandes desafios da igreja contemporânea. A liderança cristã necessita aderir e aplicar ao estilo de liderança de Jesus e praticar o evangelho em obediência para que o seu ministério eclesiástico tenha êxito.





















CONSIDERAÇÕES FINAIS


Com a analise da pesquisa feita a partir da humanidade de Jesus, observou-se que Cristo, “O Verbo que se fez carne” e ou “O Filho do Homem”, foi um humano em Sua plenitude, ou seja, viveu segundo a vontade de Deus e em apenas três anos conseguiu liderar a partir de doze homens, os quais foram seus discípulos e apóstolos, e que hoje existem milhares de Seus seguidores e feita a aplicação na liderança Cristã a qual foi exposta, pode-se observar que a principal postura do líder cristão, que é uma autoridade delegada para estruturar uma comunidade chamada igreja e de oportunidades de crescimento pessoal e espiritual de seus liderados através de cursos, recursos e departamentos ministeriais, é antes de liderar, preparar-se para o ministério estando apto para a boa obra sendo o qual foi chamado e isso é responsabilidade do líder (Pastor) de estar treinando e disciplinado os seus liderados para uma liderança sadia e eficaz.
Todo o líder cristão deve ter Jesus como seu modelo primordial e assim seguí-lO por Ele ser o foco principal do cristianismo, e promover em seu ambiente ministerial facilidades que envolvam e que façam acontecer o amadurecimento em relação a vida cristã a fim de que o liderado não se sinta “obrigado” por servir e participar de uma igreja, mas que venha a gozar de uma nova vida em Cristo plenamente, com maturidade refletindo não só dentro de uma igreja, mas também no seu dia a dia, isso se dará diretamente na forma de relações humanas.
A liderança não vem com um mapa detalhado do que é administrar uma igreja, mas somente com um senso genérico de direção. Um dia após o outro será uma nova experiência para o crescimento. Diversas instituições eclesiásticas fazem cursos de capacitações ministeriais com o material do conhecimento bíblico, desenvolvendo, fortalecendo, capacitando e desafiando líderes para que uma igreja seja sadia e que esteja de acordo com a Palavra de Deus, mas seria melhor se fossem todas as igrejas.
O líder cristão deve pensar que existem situações sobre a comunidade e até mesmo sobre ele com os quais a liderança cristã não está preparada para lidar como a questão da lealdade e deslealdade com suas conseqüências, porém deve pelo menos ter um conhecimento fundamental acerca do Mestre e de que sua participação como líder numa igreja tem muita responsabilidade e fundamentação cristocêntrica.
Portanto, segundo Jurge Moltmann “A igreja há de apresentar-se sempre diante do tribunal de Deus e do mundo, pois ela representa a Deus diante do mundo e o mundo diante de Deus” e Karl Barth afirma que “Teologia é função da Igreja”, então é do conhecimento das pessoas, a importância de servir com amor e dedicação, entretanto mesmo após mais de dois mil anos da chegada de Jesus que é o maior Líder de todos os tempos, do Mestre dos mestres, do Líder dos líderes, do Servidor dos servidores; a humanidade cristã em geral continua incapaz de entender a essência e de praticar as mais belas atitudes de ajudar o próximo e liderar com eficiência, eficácia e efetividade, por isso a importância de uma divulgação da pessoa de Jesus e qual é o verdadeiro papel do líder cristão, o qual vimos que é ser como Cristo foi com muita sabedoria, discernimento, oração, dedicação, paixão pelo ministério e também pelas pessoas.





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[1] THEISSEN, Gerd, Annette Merz. O Jesus Histórico: Um Manual. p.572.
[2] CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento. p.181
[3] Morris Leon. 1 Coríntios Introdução e Comentário. Série cultura Bíblica. SP. Vida Nova/ Mundo Cristão. 1992. p.116
[4] BORCHET, Otto. O Jesus Histórico. p. 146
[5] BORCHET, Otto. O Jesus Histórico.p.151
[6] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. p.290.
[7]BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. p.292.
[8] DOWNS, Perry G. Introdução à Educação Cristã: ensino e crescimento. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.p. 35.
[9] STRONG, Augustus Hopkins, Teologia Sistemática. p. 333.
[10] HUNTER, O monge e o Executivo. p.57
[11] Id., O monge e o Executivo. P.63.
[12] DOWNS, Perry G. Introdução à Educação Cristã: ensino e crescimento. p.45.
[13] C.Gene Wilkes. O último degrau da liderança. P.105
[14] DOWNS, Perry G. Introdução à Educação Cristã: ensino e crescimento p. 41.
[15] BAKER, Mark.W. Jesus, o maior psicólogo que já existiu. P.13.
[16] Ibid.p.33
[17] BAKER, Mark.W. Jesus, o maior psicólogo que já existiu.p 52
[18] Ibid.p. 70
[19] Ibid.p. 86
[20] Ibid.p. 100
[21] Ibid.p. 123
[22] Ibid.p.136
[23] Ibid.p.150
[24] Ibid.p.162
[25] Ibid.p.175
[26] HUNTER,O monge e o Executivo, 2004, p. 24
[27] Ibid.,p. 67
[28] HUNTER, Como se Tornar Um Líder Servidor: Princípios de Liderança de O Monge e o Executivo 2006, p.105
[29] Ibid, p.81
[30] Ibid., p.93
[31] HUNTER, James. Como se Tornar Um Líder Servidor: Princípios de Liderança de O Monge e o Executivo 2006, p. 95
[32] Id., O monge e o Executivo, 2004, p. 26
[33] FERLE, Presb. Arnold Hermann. Revista Estandarte. P.64.
[34] Ibid. p.64,65
[35] TRINDADE, Marcio Antonio. Dons Espirituais. Secretaria Geral de Educação e Cultura (SGEC) da Igreja Evangélica Quadrangular (IEQ), 2002.

[36] BRINER, Bob, Lições de liderança de Jesus ,P.168.
[37] WILKES, Gene. “O último degrau da liderança! Descobrindo os segredos da liderança de Jesus”, editora mundo cristão, 2000
[38] MILLS, Dag- Heward. Lealdade e deslealdade. p. 10-174
[39] Ibid., p. 57-82.
[40] MILLS, Dag- Heward. Lealdade e deslealdade,p.58.
[41] Ibid.,p. 20-46.
[42] MILLS, Dag- Heward. Lealdade e deslealdade, p.85-109
[43] AGRESTE, Ricardo. Igreja? tô fora! P.68.
[44] KOHL, Manfred Waldemar. Liderança para um novo século. P.170-177
[45] KOHL, Manfred Waldemar. Liderança para um novo século. p.170
[46] Ibid.,. p 172
[47] Ibid., p 173
[48] KOHL, Manfred Waldemar. Liderança para um novo século. p.175
[49] Ibid.,. p. 176
[50] Ibid., p. 177